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A continuidade do erotismo feminino cria, no homem, uma forte atração e, ao mesmo tempo, inquietude. De fato, o homem entende a continuidade como intensidade, o desejo de proximidade como desejo de orgasmo, o erotismo difuso, cutâneo, muscular, como paixão transbordante, impossível de ser contida. Pascal Bruckner e Alain Finkielkraut deram voz a essa emoção masculina escrevendo: "Os espasmos da amada não possuem a certeza rudimentar da ejaculação viril; são o rosto contraído que, sob o efeito de uma insustentável devastação, não me vê mais, o rosto que não posso conter num olhar como durante o sono, a pele incandescente que adere à minha ou de mim se afasta, o vertiginoso balé de pernas, braços, beijos, que me aperta, me repele, se exaspera ao meu contato, aumenta se afastada de mim, me fala de mil coisas que não entendo e me repete somente isto: 'Não estou onde você está, perco o senso onde você não se altera, de mim você não terá nem visão clara nem percepção exata, porque não sou nada nos termos em que você pode compreender...' " E continuam: "Pelo que sabemos, uma única música se aproxima ou equivale ao gozo feminino, a música oriental, geralmente mal tolerada no Ocidente por causa de sua estrutura repetitiva, obsessiva... " E mais adiante: "Orgasmos, portanto, no plural, que jamais se repetem da mesma maneira, como um conto que justapõe num mosaico barroco muitos começos, muitos fins, muitas intrigas e linearidades, princípio de desorganização permanente no que se refere a uma carne que espera sempre apenas espasmos idênticos... Ela jamais goza no sentido em que sua excitação terminou, goza e é um gozo que circula sempre sem extinguir-se, reabsorver-se... A sua única exigência é: tributem honra a todas as partes, à boca, e ao sexo, ao útero e à vulva, à orelha e ao ânus, ao joelho e à delicada pele das pálpebras... Estejam em todos os lugares, contanto que esse gozo... não esteja mais em lugar nenhum."
Bruckner e Finkielkraut, após terem intuído a natureza da excitação sexual feminina, sentem quase vergonha da simplicidade masculina. Como se fosse uma modalidade empobrecida, grosseira da outra.
[O Erotismo - Fantasias e Realidades do Amor e da Sedução. Alberoni, Francesco; pág. 24; Ed. Rocco, 1986]
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Ao som sutilmente provocante de Haifa Wahbe...
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[Imagem by "pai"Google
com modificações minhas.
Mais sobre o Psicanalista,
Médico, Jornalista e Sociólogo
Francesco Alberoni clique aqui]
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com modificações minhas.
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Médico, Jornalista e Sociólogo
Francesco Alberoni clique aqui]
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Beijos repetitivos e incontidos.
Beijos repetitivos e incontidos.
10 comentários:
"Bem no íntimo, a maior parte dos homens têm medo da beleza feminina. São atraídos por ela, mas ao mesmo tempo a temem. A mulher que se faz ainda mais bonita para agradar pode, por isso mesmo, dar a impressão de ser ainda mais inacessível. Além disso, na fantasia erótica masculina, as roupas, quanto mais delicadas e femininas, mais simbolizam uma diferença, uma distância, um obstáculo, um teste. (Francesco Alberoni, em “O Erotismo – Fantasias e Realidades do Amor e da Sedução”)"
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Beijos nim tudo.
Adoro ler teus textos, Paulinha.
beijão.
Um bom dia de 25 de Abril!
achei genial .. o gozo feminino é um gozo que circula e não se extingue...
Ual! Estou absorvendo tudo isso! rs
bjs, andrea
muito interessante paula!!
ainda bem que assim é e que ser mulher é...ser mulher!... :)
abraÇo.beijO
Paula, ainda bem que faço meditação frequentemente...acho que estou mais perto da musica oriental e, portanto....
gostaria que vc me ensinasse a fazer uma coisa que nada tem a ver com essa sua postagem. Vou enviar um email pedindo ajuda, ok ? beijo
Muito interessante.
Bom Domingo
Um abraço
Aula boa pra macharada esse texto!
Bjm
Pulsão sexual tem tudo haver com pulsão de Vida! E aqui só tem gente muito, mas muito viva, hein! (((:
Beijos +. (;
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