Não existem segredos na vida. Apenas verdades escondidas que ficam sob a superfície aguardando para serem emergidas.
Pessoas são como um grande quebra-cabeça: cada peça faz parte de um imenso jogo -- um jogo de emoção, razão, contradições e sincronicidade. Algumas formam lindas imagens, como um belo cartão-postal que enviamos para casa de uma viagem, assim todos podem ver que estamos bem e em um lugar bonito. Outras... Outras só nos fazem ver o quanto o ser humano pode ser tão destrutivo, como um lixão que acumula nossos resíduos.
A grande sacada, talvez, seja encontrar a fórmula de armazenar mais paisagens e excluir os depósitos de lixo de nossas vidas. Mas creio serem tarefas impossíveis. E se tal verdade desaponta isso se deve ao que vemos de volta em cada quadro montado minuciosamente a nossa frente: nós mesmos, em certo grau de amplitude.
O fato é que não somos em tudo verdadeiros e nem falsos; nada em nós é completo, mas somos amplos. Buscar a verdade em nós é um caminho que nos levará a mentira, ou seja, a vermos o que queremos negar que exista. Assim como, um mergulho profundo no oceano pode nos levar ao encontro com “o inimigo faminto”. Mas ele estaria errado em querer saciar em nós a sua fome? Afinal, não é isso que fazemos de vários modos?
Não se pode culpá-los, porque nesse caso a metáfora é que ele sempre estará buscando saciar sua fome e fomos nós que o fornecemos o alimento. E fazemos isso diariamente, insistindo em convivermos com os tubarões a nossa volta como se fossem golfinhos dóceis e simpáticos em nossas vidas. Não podemos reclamar se eles nos abocanham, embora seja isso que fazemos na maior parte do tempo. Não é culpa deles se nós não mergulhamos ao encontro dos nossos peixes famintos e encaramo-los de frente; se nós resolvemos fingir que o nosso oceano é um grande aquário ornamental onde o tubarão não cabe, e resolvemos aventurar no oceano ingenuamente, sem equipamento, sem preparo.
Pessoas insistem em se desafiar, em desafiar o impossível; em prender o fôlego para sempre e continuar vivas. Em suma, a habilidade de mergulhar em nós exige prática, cooperação e dom. Só com uma boa capacidade de tomar grandes fôlegos conseguimos grandes mergulhos. Mas nada exclui o fator surpresa. Assim como, deixar de respirar para sempre não seja possível (não enquanto se está vivo).
[Emergindo "Here Comes The Rain Again" -- Eurythmics]
Beijos.
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[Imagem by "pai"Google.]
2 comentários:
Ola Paula!
Muito bom post....uma verdade que existe no ser Humano.
Mas quem somos para julgar, simplesmente aceitar os defeitos e qualidades de cada um, tal e qual como sao.
Nao esquecer que o postal tem sempre dois lados, o fotografo tirou so o que era lindo da paisagem.
Quanto tempo ja fazia que nao colhia uma maçã:)
Como sempre teus posts fazem pensar
beijo em teu coracao.
Rachel
E além de tudo isso, é preciso coragem para esses mergulhos, não é amiga? Não somos sempre belos e nem sempre feios, mas existe um pouco de tudo isso dentro de cada um. Ninguém é tão correto e tão bom, q não tenha erros e raiva dentro de si. Cada sentimento tem a sua função e utilidade em cada momento, algumas vezes, a raiva é uma benção...
E nem sempre é fácil ver o que existe lá dentro, por isso é q é mto mais fácil projetar e negar, ver no outro aquilo que tb temos e nao podemos encarar. E é um tapa de luva qdo percebemos algo assim em nós mesmos, mas o necessário para a mudança nao é o conhecimento?
Conhece-te a ti mesmo... grande necessidade, caminho difícil, mas possível e mto recompensador.
Credo, viajei menina... tudo isso só pra dizer que estou com saudade de vc, flor! Manda notícias, tá?
Amo-te.
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