Santa, pecadora... Olhar pra dentro é ver-se de verdade: enxergar os paradoxos e aceitar[si].

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Maceió, Alagoas, Brazil
Santa, pecadora, com o Amor na veia e a alma nas vísceras.

Contagem regressiva para Tainá pipocar!!!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Cor[agem]. Ou, de quando a gente vê verdades com olhos-de-sutileza-poética.


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“As pessoas dizem que é preciso ver para crer, mas para mim, isso não é totalmente verdade.” [...] “Vejo usando meus sentidos. Sinto o cheiro da chuva antes que caia, mas não vejo os pingos. Sinto o sol na minha face, mas não vejo o amanhecer do crepúsculo. Quero ver o mundo como todos. Ver o sol, a chuva e a música. Aposto que a música é linda de se ver!”

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Após um mergulho no mar em companhia de um amigo querido, que solicitava há muito minha presença para ouvir e, talvez, compartilhar do que ele enxerga na sua situação de vida atual, passei na locadoura e resolvi pegar alguns filminhos antes de sair com my dear-love à noite. Fui de cara a “Madagascar”, do gênero “animação”. O 2 já está nos cinemas e meu amigo falou tanto do 1 que resolvi ver mesmo o que ele tanto encontrou no olhar. Pensei: “cada um enxerga a vida de um jeito e era isso que estávamos conversando à beira do mar”. Foi quando o rapaz da locadoura, depois de me dar um “carão” pela minha longa ausência (faz meses que não aparecia por lá), foi buscar o DVD e eu, deixando os olhos correrem pelo balcão vi “The Eye”. Pensei: “mas, que capa sugestiva!”.

Pedi opinião ao rapaz, como sempre faço, mesmo já havendo me decidido -- as pessoas gostam de se sentirem úteis, e eu gosto de ressaltar isso nelas -- e a uma moça que estava ao meu lado. Ele disse que não havia visto o filme (sinal de que tinha dúvidas se eu ia gostar!risos). Ela falou: “- É. O Rodolfo já me empurrou esse aí.”, sorrindo. E completou: “- É bonzinho.” Refleti de supetão: “bom, com ‘Madagascar’ e ‘Reine Sobre Mim’ nas mãos, eles não devem tá entendendo nada de eu me interessar em levar um ‘terror’; e, nem de que nem eu ache que seja um ‘terror’ mesmo!”, sorrindo aos dois e dizendo em seguida: “- Vou levar os três, Rodolfo!”

Gênero “terror”? Não. O filme é poético!

A despeito da “fórmula oriental” para a indústria Hollywoodiana estar fazendo sucesso como foi com “O Grito”, “O Chamado”, por exemplo, “The Eye” é baseado no enredo dos chineses Chun Oxide Pang e Danny Pang. E, ao que parece, a história em “remake” não se distanciou tanto do original, trazendo um tom de poesia-abismal a um gênero que promete sustos-usuais, tendo como título em português: “A Herança”. O “remake” é “O Olho do Mal” [acreditem, este título nada tem a ver, sendo o outro muito mais coerente com a estória]. E não deixa de ser algo para além do que vemos, ou, supomos ver: nós vemos a verdade por nós mesmos; e isto é escolha! Pode crer.

E qual a moral da estória? Qual seria ela? Bem, só posso falar da minha.

Não é fácil chegar às conclusões dos outros e não é fácil que os outros cheguem às nossas. Mas, sempre buscamos isso, sempre espreitamos enxergar nossos próprios caminhos pelo olhar alheio. O outro sempre é um “coadjuvante-protagonista” em nosso enredo. Essa necessidade converge com o medo de assumirmos nossas próprias responsabilidades, nossos próprios riscos. Mas é pelos riscos que tomamos como nossos que nos achamos, NOS ENXERGAMOS. Caso contrário, veremos o reflexo da imagem – nossa imagem – no espelho sempre um outro: um aquilo, não um Isso.

Como a mocinha do filme [acho], chego e digo a mesma conclusão:

- Cada um tem os seus próprios olhos: olhos-de-mãos,

olhos-de-boca,

olhos-de-tato,

olhos-de-cheiro...

Olhos-de-melodia!

Ou, mera-mente,

olhos-de-ver-cegos.


Mas, a decisão de enxergar é sempre nossa!!!


COR-AGEM: é a tradução de

“I know you’re scared.

Don’t be!

Because the world really is beautiful.”


[Ou, talvez, seja só minha a "característica" de enxergar poesia até em "terror"!]

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[Imagens by "pai"Google.

Vídeo no link by "tio"Youtube.]

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Beijos vistos.

9 comentários:

Paula Calixto disse...

Ver[de]ardes...

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Beijos nim tudo.

Antonio Brito disse...

Paula,
Vi teu comentário no meu blog -- ainda não consultei o tal do teste do chi quadrado (haha,"cada um no seu quadrado" -- música de estatístico)... Mas aproveito para retribuir a visita e parabenizar pelo teu blog.

Bom 2009 para ti também!

Beijos

Anônimo disse...

eu já tinha assistido esse filme ms n percebi tanta poesia assim. lembrando agora deu vontade de rever,de ver pelo seu olhar.... Vc é um talento moça!! é minha impressão ou mudou alguma coisa por cá? deve ser os meus olhos..... será?hehe

bjo.

Felipe.

Tânia Defensora disse...

Oi Paula!
Vim retribuir a visita e acabei encontrando uma mensagem certeira para um momento delicado que estou vivendo!
Estudei psicanálise por dois anos e adorei o comentário que vc deixou no meu blog.
Parabéns pelo conteúdo.
Volte mais vezes.
Tânia

Agora acreditou... disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Eu nunca vou me identificar pra vc! Vc me dá medo!!!! No começo achei que se tratava de uma mulherzinha imatura vendendo peixe podre feito outras q vi e cujo ego n dá espaço pra quem n cede aos seus apelos de "me elogiem q eu preciso." Ms vejo q se trata de alguém de verdade! Alguém de coragem. De um filme simples e um texto simples eu acabei lendo profundidades q me surpreenderam. Só pergunto uma coisa..... escolher ser cego n é uma maneira de enxergar? N seria uma boa maneira tb?

Bjoks.rs

Paula Calixto disse...

Aos novos visitantes: o prazer foi meu dispor de um tempinho para visitar novos horizontes. ;)

Felipe, sempre gentil. Mudei um pouco as cores e só. [risos] ;)

Andrea, obrigada lindeza! Vou lá sim pegar. Mas vou deixar para dar o mim na última publicação do ano. Assim, 2009 vem com brinde para os amigos. ;)

"Anônimo", sua opinião é sua opinião. Ainda que eu perceba e ache uma forma burra essa de enxergar a si mesmo a partir do julgamento sobre a autora do blogue. Blogues existem como as pessoas: para que vejamos a nós mesmos em reflexos de Outros. mas o si mesmo não pode se perder aí! Então, penso que escutar alguém, ser tocado por alguém, ser olhado por alguém é sempre uma perspectiva para além. Mas para além disso está a nossa capacidade de separarmos o eu do outro, sem perder de vista o interlocutor. Dessa forma, concluo que não perdemos o principal: a nós mesmos -- o nosso EU! Contudo, como você mesmo ressaltou, não enxergar é uma maneira de ver. E isto é escolha. Importa nessa "jornada" estarmos conscientes de como, quando e o porquê de fazemos tais e tais escolhas.

E pouco me importa quem você seja! Isto deve importar a você!!! ;)

Beijos nim tudo.

TH disse...

Nossa
ESSE FILME É PERFEITO!
Eu teria te indicado ao invés de Madagascar,s e soubesse que gostavas desse tipo de filme..rs
Bjão, LINDONA

Paula Calixto disse...

Thi, se você não tivesse me indicado Madagascar (que AMEI!risos) não teria me confrontado com este!

"Nada acontece por acaso".

Nada!!!

Beijos, Amo-Thi!