Santa, pecadora... Olhar pra dentro é ver-se de verdade: enxergar os paradoxos e aceitar[si].

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Santa, pecadora, com o Amor na veia e a alma nas vísceras.

Contagem regressiva para Tainá pipocar!!!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Sobre dilemas do cora-ação.






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Em conversa com um grupo de amigas, diante de colocações de homens e mulheres no dia-a-dia... Em que base-fidedígna, finalmente, está uma relação a dois?

Aquilo que antes me causava um certo desconforto, intima-mente, a respeito de MINHAS decisões e posicionamentos (visões) a respeito de casamento e relacionamento a dois, hoje, me causam risos internos. Embora, a expressão facial e corporal permaneçam respeitosas ao interlocutor e seus conceitos a respeitos das coisas.

EU descobri há tempos que NUNCA quis casar! Não nessa espécie de relação-casa-mental imposta socialmente ao longo dos tempos, em uma sociedade historicamente aristocrática e machista. O que, por sinal, me impõe a muitos um situar no machismo. Algo que discordo veementemente! Não. É somente a MINHA compreensão disso tudo que, inclusive, me deixa em paz e me traz tranqüilidade em sensação de coerência. Mas, compreendo a sensação-polêmica que meus ideais e reais provocam nos Outros. [risos] O meu possível é o que é. Ponto.

Esse casamento-instituido não passa de uma imposição relacional falida, para mim. Eu nunca quis isso pra mim! Nunca quis uma relação baseada em um contrato que jamais trará uma cláusula que diga: “vocês estarão juntos para o resto de suas Vidas e isto dá a garantia que viverão felizes para sempre”. Porque, simplesmente, nunca vi isso como verdade nessa instituição, e nem em outra forma qualquer.

Eu acredito em relação de cumplicidade entre pessoas que se propõem a isso ao longo do tempo que o que mover a união durar.

Não tenho pretensão de sair da casa onde moro, seja isso interpretado como “viver na aba dos pais”, para viver na aba de uma relação. Nem em sair da porta pra rua movida pela imposição de “estar na hora de dar o grito de independência”. Nem isso existe, esse tal grito, para mim! Nem isso foi verídico ao ato “glorioso” na proclamação da independência brasileira, quiçá em outros “ares”, ora! [risos]

As minhas pretensões sempre foram em viver onde EU escolher, onde isso me seja benéfico, conveniente e salutar independente de ter ao lado um companheiro no mesmo ambiente físico ou não.

E quando me imputam uma posição machista em relação a essas questões pessoais, isso se exacerba a racionalmente-tranqüila compreensão que tenho a respeito de fidelidade. Porque eu não acredito nisso a La Cinderela. Entendo que, num mundo machista preocupar-se em excesso com fidelidade masculina é pedir atestado de neurose-crônica-infeliz-incurável. E me basta ser neurótica, apenas.[risos]

Não acredito em fidelidade, em particular, masculina. ACREDITO EM RESPEITO! Em CUIDADO, PRESERVAÇÃO DE IMAGEM E DE ABORRECIMENTOS-ATROZES, perfeitamente evitáveis por parte de um companheiro. Sou machista no seu “conceito”? Não sou veridicamente. Mas no seu, que seja. Sou feliz assim! (; E você, ao contrê, será que é?!

E, se eu vou atingir minhas metas e for exemplo a ser seguido, não é minha intenção quanto a este último. E nem me iludo quanto às possíveis impossibilidades naturais que me impeçam de atingir O tudo em minha Vida. Nem almejo isso, por completo. Não enquanto sopro me tiver!

Vida-Plena é estado de Nirvana. E Nirvana é o retorno ao estado inorgânico: a Morte. Sabia disso?! Poizé.

EU escolho Vida! Que pra você possa ser o errado. Mas, que para mim é O adequado. Até agora. Até onde seja conveniente me ser.

E tenho dito.

[Ao som de "Desire" - U2]

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[Imagem by "pai"Google.

Música by "tio"Youtube.]

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Beijos.

12 comentários:

Paula Calixto disse...

Ao tom de cumplicidades.

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Beijos nim tudo.

Thiago Kuerques disse...

Eu acho bastante relativo. Eu me sinto assim tambem, nada pretenso ao casamento. Gosto muito de variar comigo mesmo, de estar principalmente comigo onde tiver de ser sem ter nada enlaçado com alguem que, mesmo sem querer, me engessa. Só que quando a gente ama pra valer, de verdade e não fraco, a vontade de estar no lugar que quiser na hora que quiser, some. A vontade é estar com a pessoa o tempo inteiro até cansar. E só de vez em quando o amor cansa. Só de vez em quando.
Aí, um dia, a gente acaba casando da maneira que a gente quer. Porque casamento de uma sociedade aristocratica e machista, ja era.
Beijos

Anônimo disse...

Que belo discurso.
Também não acredito na fidelidade, mas conheco muitas pessoas fiéis.
Ah e o contrato é um complemento para o bom relacionamento. Penso que o contrato não segura ninguém mas também não "larga" Hehehe.

Beijo

Lis. disse...

Olá... Paulinha...

Hoje, pela 1° vez no decorrer de todos esses últimos anos, comecei e parei de ler o seu texto. E parei de ler por ser oriundo de uma familia de tradições com mais de 400 anos só aqui no Brasil.

E vou lhe dizer que pensava desse mesmo jeito que você pensa, com a revolta e rebeldia contra um sistema de imposição hereditária. Só que não vou arriscar...

Estarei me casando neste ano como manda o figurino: Igreja, noiva vestida de branco, etc...

E sabe qual o principal motivo?

Se não der certo, posso jogar a culpa sobre os meus ancestrais, mas caso venha a fazer por minha conta e não seja bem aventurado, não terei em quem jogar a culpa do meu fracasso.

Depois, custa pouco evitar tomada de decisões nesta vida, e é lógico que "namorar" como todos namoram é muito gostoso e menos dispendioso.

E o mais engraçado é que o próprio Carlos Drummond de Andrade já pediu forças a Deus para alertar os namorados do Brasil. (rsrs)


AOS NAMORADOS DO BRASIL.

Dai-me, Senhor, assistência técnica
para eu falar aos namorados do Brasil.
Será que namorado algum escuta alguém?
Adianta falar a namorados?
E será que tenho coisas a dizer-lhes
que eles não saibam, eles que transformam
a sabedoria universal em divino esquecimento?
Adianta-lhes, Senhor, saber alguma coisa,
quando perdem os olhos
para toda paisagem ,
perdem os ouvidos
para toda melodia
e só vêem, só escutam
melodia e paisagem de sua própria fabricação?

Cegos, surdos, mudos - felizes! - são os namorados
enquanto namorados. Antes, depois
são gente como a gente, no pedestre dia-a-dia.
Mas quem foi namorado sabe que outra vez
voltará à sublime invalidez
que é signo de perfeição interior.
Namorado é o ser fora do tempo,
fora de obrigação e CPF,
ISS, IFP, PASEP,INPS.

Os códigos, desarmados, retrocedem
de sua porta, as multas envergonham-se
de alvejá-lo, as guerras, os tratados
internacionais encolhem o rabo
diante dele, em volta dele. O tempo,
afiando sem pausa a sua foice,
espera que o namorado desnamore
para sempre.
Mas nascem todo dia namorados
novos, renovados, inovantes,
e ninguém ganha ou perde essa batalha.

Pois namorar é destino dos humanos,
destino que regula
nossa dor, nossa doação, nosso inferno gozoso.
E quem vive, atenção:
cumpra sua obrigação de namorar,
sob pena de viver apenas na aparência.
De ser o seu cadáver itinerante.
De não ser. De estar, e nem estar.

O problema, Senhor, é como aprender, como exercer
a arte de namorar, que audiovisual nenhum ensina,
e vai além de toda universidade.
Quem aprendeu não ensina. Quem ensina não sabe.
E o namorado só aprende, sem sentir que aprendeu,
por obra e graça de sua namorada.

A mulher antes e depois da Bíblia
é pois enciclopédia natural
ciência infusa, inconciente, infensa a testes,
fulgurante no simples manifestar-se, chegado o momento.
Há que aprender com as mulheres
as finezas finíssimas do namoro.
O homem nasce ignorante, vive ignorante, às vezes morre
três vezes ignorante de seu coração
e da maneira de usá-lo.

Só a mulher (como explicar?)
entende certas coisas
que não são para entender. São para aspirar
como essência, ou nem assim. Elas aspiram
o segredo do mundo.

Há homens que se cansam depressa de namorar,
outros que são infiéis à namorada.
Pobre de quem não aprendeu direito,
ai de quem nunca estará maduro para aprender,
triste de quem não merecia, não merece namorar.

Pois namorar não é só juntar duas atrações
no velho estilo ou no moderno estilo,
com arrepios, murmúrios, silêncios,
caminhadas, jantares, gravações,
fins-de-semana, o carro à toda ou a 80,
lancha, piscina, dia-dos-namorados,
foto colorida, filme adoidado,,
rápido motel onde os espelhos
não guardam beijo e alma de ninguém.

Namorar é o sentido absoluto
que se esconde no gesto muito simples,
não intencional, nunca previsto,
e dá ao gesto a cor do amanhecer,
para ficar durando, perdurando,
som de cristal na concha
ou no infinito.

Namorar é além do beijo e da sintaxe,
não depende de estado ou condição.
Ser duplicado, ser complexo,
que em si mesmo se mira e se desdobra,
o namorado, a namorada
não são aquelas mesmas criaturas
que cruzamos na rua.
São outras, são estrelas remotíssimas,
fora de qualquer sistema ou situação.
A limitação terrestre, que os persegue,
tenta cobrar (inveja)
o terrível imposto de passagem:
"Depressa! Corre! Vai acabar! Vai fenecer!
Vai corromper-se tudo em flor esmigalhada
na sola dos sapatos..."
Ou senão:
"Desiste! Foge! Esquece!"
E os fracos esquecem. Os tímidos desistem.
Fogem os covardes.
Que importa? A cada hora nascem
outros namorados para a novidade
da antiga experiência.
E inauguram cada manhã
(namoramor)
o velho, velho mundo renovado.


Namorar é tão bom Paulinha, que devemos namorar a vida inteira com aquele "alguém" especial que valha a pena realmente, e que acrescente sempre no decorrer de uma vida inteira traçada à dois.

O que ouvi de mais lindo da boca de um homem até hoje, foi de um senhor, afirmando que se tivesse que voltar a esse mundo mil vezes, mil vezes gostaria de voltar casado com a mesma mulher.

Fidelidade está dificil nos dias de hoje, e Deus está castigando feio através das doenças...

Algo está errado...

Flávia disse...

Idem. Acredito em respeito. Não dá pra viver sem.

não dá.

Beijos!

Ricardo Rayol disse...

faz todo o sentido e quem sou eu pra discutir

Diego. disse...

sobre não casar: eu concordo e tb não quero.

sobre a sociedade machista, ponto pra vc! concordo novamente!

acho que dizer que o casamento é uma "instituição falida" é chover no molhado... essa questão de amor, fidelidade e eternidade não precisa de aval de igrejas ou de legislações... é de cada um, do jeito que cada um preferir!

já a fidelidade -suspiro- [nessa parte não concordo muito com vc, mas respeito tua opinião!] ... a pessoa tem que ter princípios e deve ser fiel apenas aos seus princípios, ora ... infidelidade não é exclusividade masculina e não creio que seja algo mensurável!

Não questiono vc, eu ou nossos amados... quetiono o amplo, sobre ser fiel, e analiso que as pessoas são fiéis a elas mesmas e algumas nem isso conseguem, uma análise perigosa da situação! Mas é assim que vejo!

Respeito é algo que deveria estar presente o tempo todo em todas as relações de todas as naturezas.

bj

Paula Calixto disse...

Pôxa!, que legal as colocações de vocês!!!

Não é excelente ser diferente sem perder o RESPEITO?!

É isso aí. Afinal, ninguém precisa E NEM DEVE SER OBRIGADO a concordar comigo e uns com os outros. O que todo mundo deve é ter a liberdade de "escolher o mastro onde hasteia sua bandeira", e assumir as conseqüências, benéficas ou maléficas, disso.

Porque a gente só acerta totalmente quando nada mais há a aprender. E pode haver Vida sem necessidade de aprendizado?! Isso não!

Fico contente em ver que cada um aqui busca do seu jeito o que é melhor pra si. (((:

Beijos, amores.

Lis. disse...

Paulinha... vou aproveitar que estás por cima, para comentar sobre a Sônia -uma amiga psicóloga- que durante mais de 27 anos trabalha na recuperação de dependentes quimicos na arquidiocese Sant'ana, aqui em São Paulo.

Certa vez estavamos conversando sobre assuntos genéricos e ela me disse que a verdade está contida no tempo. Sim!!! O tempo, e só o tempo tem as respostas que todos nós buscamos. Então, por quê ter qualquer tipo de preconceito antes de ouvir a voz do tempo?

Saudações!

TH disse...

Paulinha...
Vc realmente sempre tira as palavras da minha boca.
Não casar, pra mim, é uma maneira de ser feliz...nada do que é imposto, na minha concepção, é benefico..e a surreal sociedade sempre encontra uma maneira de te enfiar goela adentro o comprimido do que é 'normal", como se fosse um curso de etiqueta básica.
Há muitas maneiras de plantar e de ser feliz...cada um tem a sua, busca dentro de si a resposta...pra que tanta imposição social?

Aline Ribeiro disse...

Paula, apesar de não ser uma romântica incurável que acredita em príncipes encantados, não concordo com sua visão sobre casar e etc... Antes do casamento, vem o amor, o querer estar junto, e isso não é imposição da sociedade, a meu ver. Vc acha que o casamento está falido, consequentemente acha que a familia tb está? Porque é de uma união que nascem as famílias, isso à priori.

Enfim, respeito sua opinião sobre tudo isso, mas não concordo! rs...

Bjm no cê

Paula Calixto disse...

Continuo a recomendação dos coments:

"'Mordam' com carinho, mas 'mordam'![risos]"

Não há problemas em concordâncias e NEM em discordâncias. O assunto é polêmico mesmo! (;

E tá tranqüilo.

Beijos nim tudinho! (((: